A Enel Distribuição Goiás informou, nesta quarta-feira (10), que a energia furtada anualmente em Goiás seria suficiente para abastecer uma cidade do porte de Anápolis.
A diretora de Operações Comerciais da Enel, Alessandra Kozlowski, explica que além de ser crime, com pena prevista de um a oito anos de reclusão, o furto de energia, popularmente conhecido como “gato”, prejudica diretamente a qualidade do fornecimento de energia e põe em risco a população, principalmente as pessoas que manipulam a rede elétrica sem a capacitação adequada e os devidos cuidados.
“As ligações irregulares sobrecarregam a rede elétrica e podem causar curtos-circuitos, ocasionando interrupções no fornecimento de energia inclusive para os clientes regulares da companhia”, diz.
Conforme informações da distribuidora, os municípios goianos de Águas Lindas, Formosa e Luziânia – no Entorno de Brasília – são os campeões em registros de furtos de energia. Em 2020, a companhia inspecionou 297 mil unidades consumidoras, entre residências, comércios e indústrias, com suspeitas de fraudes em todo o Estado. Destas, cerca de 66 mil apresentaram alguma irregularidade e foram regularizadas após inspeção. Em Goiás, a distribuidora estima que, anualmente, é furtado o equivalente a 131 Gigawatt-hora (GWh).
Presos
No ano passado, a Enel, juntamente com a Polícia Civil, realizou 13 ações de combate ao furto de energia em Goiás e cerca de 20 pessoas foram presas. Em 2021, em apenas dois meses, foram efetuadas 14 operações, que desencadearam oito prisões, o que mostra uma tendência de crescimento do número de casos em relação ao ano passado.
“O nosso objetivo com esse trabalho de combate às perdas é garantir aos nossos clientes uma tarifa adequada e justa e contribuir para evolução da qualidade do fornecimento da energia distribuída”, afirma a diretora.
Prejuízos
A Enel salienta ainda que os “gatos” impactam, também, o valor da tarifa. Pois, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) leva em conta as perdas de energia para calcular o valor da tarifa de cada distribuidora do país.
Desta forma, os custos que compõem a tarifa de energia da distribuidora são divididos entre os consumidores e todos os clientes acabam sendo afetados pelos furtos de energia, inclusive aqueles que estão com os seus sistemas de medição em conformidade e pagam suas contas em dia.