Com base nos desafios cotidianos da educação públicas, as reuniões setoriais – assim chamadas por serem feitas em módulos – são um momento de esclarecimento, pautado em diretrizes do Ministério de Educação (MEC), para que a escola cumpra seu Projeto Político Pedagógico (PPP), considerando seus valores e olhando, sempre, para a realidade sociocultural e o contexto regional da cidade.
Durante o encontro, que acontece em forma de roda de conversa, um dos assuntos discutidos foi o alerta sobre os riscos da brincadeira perigosa que repercutiu nos últimos dias: o “desafio da rasteira”. Vídeos que circularam nas redes sociais demonstram a prática, que consiste em dois jovens se posicionando lado a lado com um colega, que é orientado a pular. Na sequência, este recebe um golpe para que caia.
João Victor Rodrigues, médico psiquiatra do Ambulatório de Saúde Mental de Anápolis, diz que a brincadeira pode parecer, num primeiro momento, inofensiva, mas as consequências podem ser devastadoras, levando, inclusive, a óbito. “O trauma pode variar bastante. Quando alguém bate a cabeça, estamos, invariavelmente, diante de um traumatismo craniano, ainda que leve. Se este for moderado ou grave, as repercussões podem ser até fatais para o cérebro ou para a coluna”, alerta o médico.
Não existem relatos de que o desafio da rasteira tenha acontecido em Anápolis, mas, segundo a diretora de ensino da Secretaria de Educação, Karla Brenda da Costa Gonçalves El Homsi, a prevenção é fundamental. “Com a circulação dos vídeos na internet, as equipes das escolas municipais foram mobilizadas imediatamente. Os professores estão trabalhando ações interdisciplinares para conscientizar os alunos sobre os riscos e eles têm sido muito compreensivos de que isso não pode nem ser chamado de brincadeira. É muito sério”, diz Karla.
A secretária municipal de Educação, Sonja Maria Lacerda, relembrou que a SEMED tem a tradição de promover boas práticas e combater esse tipo de atitude nas unidades. Segundo Sonja, o tema institucional deste ano, “Educação Pela Paz”, vai diretamente ao encontro da campanha “Bullying: Brincadeira Sem Graça”, que foi tema em 2017 e hoje é parte integral do currículo escolar. “Os projetos pedagógicos e as rodas de conversa influenciam diretamente no ambiente das escolas. Os resultados que obtivemos desde o início da campanha de combate ao bullying são expressivos, e vamos trabalhar com prevenção para que esta brincadeira não seja praticada nas nossas unidades. A saúde e segurança de nossos alunos é prioridade”, destacou a secretária.