Mas o que teatro tem a ver com a erradicação do trabalho infantil? Você deve estar se perguntando. É bem mais simples do que parece. A proposta da companhia foi despertar nas crianças o lado criativo, mostrando que elas podem criar estórias incríveis com objetos que possuem em casa mesmo. Dessa forma, o grupo reforçou que nessa fase da vida elas devem se divertir e deixar a imaginação solta. “Não é o brinquedo caro que torna a brincadeira mais legal, é a fantasia que cada uma cria em seu mundo”, comentou o diretor da companhia, Henrique Sitchin.
Os encontros aconteceram na segunda, 10, e terça-feira, 11, com 430 meninos e meninas, entre 7 e 14 anos. Eles aprenderam, de forma lúdica e descontraída, a montar uma peça teatral. Depois, as crianças foram divididas em grupos e cada uma recebeu um objeto aleatório. A partir daí, elas criaram suas próprias estórias. O que os grupos desenvolveram foi apresentado nesta quarta-feira, 12, no auditório do Fórum, durante o evento que marcou o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil.
E foi dando um novo significado às coisas, que a Pabline Dias, 7 anos, criou a peça teatral ‘A vovó e a netinha’. “Usei um chapéu e um sininho para criar o meu espetáculo. Foi muito divertido e agora vou brincar desse jeito lá em casa”, contou a pequena durante o evento.
Para a secretária municipal de Desenvolvimento Social, Eerizania Lobo, quando uma criança é submetida a algo do tipo, muito além de tirá-la da escola, ela fica vulnerável a diversos tipos de violência. “É por meio de ações como essa que desenvolvemos no público infantil a consciência de como é prejudicial o envolvimento com o trabalho infantil.”, explicou a titular da pasta ao afirmar que o tema também é discutido com os responsáveis das crianças pelas equipes da Prefeitura.
Trabalho infantil
No Brasil, o trabalho é considerado crime para menores de 14 anos. A partir desta idade, é permitido apenas na condição de aprendiz, sem que comprometa a atividade escolar e desde que não ocorram atividades insalubres ou jornadas noturnas.
SCVF
Os 17 núcleos dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos estão localizados nas regiões norte, sul e leste de Anápolis. O público-alvo são crianças com idade entre 4 a 17 anos, que estão em situação de vulnerabilidade social, financeira e de acolhimento. A porta de entrada para o programa é o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social.