Amamentar é um ato de amor, um momento único entre mãe e filho. Uma troca de sentimentos. Mas, nem sempre essa situação é bem sucedida de forma imediata. Muitas vezes é preciso ajudar para ter esse resultado prazeroso. É aí que entra o Banco de Leite Humano, que teve seu atendimento ampliado a partir de dezembro do ano passado, quando passou a contar com sede própria, no Bairro São Joaquim.
Para completar a assistência às gestantes, mulheres pós-parto e em fase de amamentação – e, é claro, também aos pequeninos –, foi incluída uma nova especialidade no local: a fonoaudiologia. “Veio para fechar o ciclo de atendimento, deixá-lo completo”, frisa a diretora de Assistência Especializada da Secretaria Municipal de Saúde, Heronilda de Camargo. Esse ciclo corresponde a um trabalho multidisciplinar que agora é feito inteiramente no local e que tem como objetivo auxiliar as mães e os bebês no aleitamento e ofertar o leite materno por meio de doações.
Com a fonoaudiologia, problemas como disfunção oral em bebês – por causa de posicionamento e da existência do frênulo lingual, a chamada “linguinha presa”- passam a ser solucionados no próprio Banco de Leite. “Muitos bebês não conseguem sugar o leite por causa dessas disfunções. A médica encaminhava para a fonoaudióloga, mas muitas mulheres desistiam. Agora oferecemos tudo aqui”, explica a coordenadora do Banco de Leite Humano, Raquel Rodrigues.
O processo começa com a psicóloga, que faz o atendimento e passa à fonoaudióloga, que detecta a dificuldade de sugar ou a existência do frênulo lingual, com o ‘teste da linguinha’. Caso alguma disfunção seja encontrada, são feitos exercícios para estimular a amamentação. Se não houver sucesso, a própria odontóloga faz a frenectomia, procedimento de retirada do frênulo. “Isso aumenta o tempo de aleitamento materno e diminui o desmame precoce, resultando em menos doenças para mães e filhos e na queda da mortalidade infantil”, conta a coordenadora.
Mas, o atendimento em fonoaudiologia é apenas o mais recente implantado pela atual gestão no Banco de Leite que, após a mudança para a sede própria, passou a disponibilizar serviços de psicologia, odontologia e nutrição, agregando valor ao serviço. “Oferecemos toda assistência que as mulheres precisam”, frisa Raquel Rodrigues.
Os investimentos na unidade já apresentam resultados positivos. De 20 atendimentos mensais contabilizados quando funcionava em apenas duas salas no antigo Cais Mulher, passou para cerca de 80 na nova sede. Um exemplo é o da Lorena Diniz, 28, que não pensou duas vezes em procurar o Banco de Leite junto com o Heitor, de apenas sete dias. “Estava com dificuldade de amamentação. Mãe de primeira viagem, e precisava de orientação. Cheguei com o peito empedrado, fissura, mas encontrei uma equipe extremamente cuidadosa que me ajudou e hoje amamento tranquilamente”, diz. Os atendimentos complementares implementados são fundamentais para melhorar a qualidade do leite materno que hoje é disponibilizado por doadoras ativas.
Atendimento
A escolha das doadoras é feita por triagem. Primeiro, o Banco de Leite vai até os hospitais para divulgar o serviço e em seguida é feito o cadastro de todas as mães que desejam doar. Elas ainda recebem atendimento domiciliar para saber sobre rotina e histórico de saúde, entre outras condições.
Após a triagem e a adoção, o leite passa por um processo de pasteurização e análise de qualidade. Todo cuidado é tomado para que os bebês recebam um produto bom e nutritivo. Algumas mães possuem problemas familiares e psicológicos que podem atrapalhar no resultado do leite produzido. Com o atendimento em psicologia, implantado pela atual gestão, as doadoras contam com apoio que faz toda diferença.
A cada dia da semana é feito um atendimento domiciliar às doadoras ativas. Os profissionais responsáveis realizam um tipo de rodízio nos bairros e passam nas casas recolhendo o leite. O acompanhamento nutricional também é feito para equilibrar a alimentação das doadoras e assim melhorar as propriedades do produto. Com esses atendimentos complementares, o Banco de Leite de Anápolis pretende aumentar o estoque e a qualidade do leite.
Serviço
Banco de Leite Humano “Elaine Miriam de Oliveira”
Endereço: Avenida Cachoeira Dourada, Praça Martins – Bairro São Joaquim
Telefones: 0800 646 3223 e 3902-1722
http://www.anapolis.go.gov.br/portal/